A preocupação com a posteridade é ridícula, porque completamente
infrutífera. Por mais que Kafka preocupasse-se com isso em vida, era
algo, claramente, inútil.
Queres criticar por dar-se mais atenção à
Kafka do que à obra? Dê mais atenção à obra do que à Kafka; ela está aí
na forma que a conhecemos porque um amigo seu, em um ato de coragem, deu
prevalência a um interesse vívido sobre uma promessa morta. Deslealdade
a quem já não mais existe, lealdade ao que fica. Sempre a vida, sempre
os interesses terrenos. Os desejos de Kafka se foram com sua vida, e
seguir levando-os em conta é priorizar o que não existe.
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Por: Henrique
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